Pesquisadores desvendam o segredo sexual do inimigo da saúde Aspergillus!
A FAU Erlangen-Nuremberg identifica um feromônio chave do fungo Aspergillus fumigatus e sua importância para a reprodução.

Pesquisadores desvendam o segredo sexual do inimigo da saúde Aspergillus!
Em 12 de janeiro de 2025, pesquisadores da Universidade Friedrich-Alexander de Erlangen-Nuremberg fizeram progressos significativos na pesquisa básica sobre o fungo Aspergillus fumigatus. Eles identificaram um feromônio importante que desempenha um papel central no ciclo sexual deste patógeno oportunista. Esta descoberta poderá não só avançar na compreensão da reprodução sexual em fungos, mas também ter implicações importantes para o tratamento da aspergilose, uma infecção potencialmente fatal que afecta particularmente indivíduos imunocomprometidos. Sven Krappmann e uma equipe internacional identificaram com sucesso o feromônio específico do gênero, conhecido como fator-a, e determinaram sua função nos processos reprodutivos.
A reprodução sexual em fungos ocorre através da liberação de feromônios que são reconhecidos por receptores especiais. Até agora, não estava claro se existia um feromônio como o fator a. A identificação deste feromônio fecha uma lacuna significativa no nosso conhecimento sobre a reprodução sexuada dos ascomicetes. Esses feromônios são liberados ativamente de uma forma que influencia as interações entre os fungos e promove a formação de corpos frutíferos sexuais, também chamados de cleistotécios. A. fumigatus foi reconhecido como parceiro sexual nestes processos já em 2009, mas a biologia molecular precisa por trás deste processo permaneceu pouco compreendida até agora. FAU relata que essas novas descobertas também são relevantes para estudos futuros sobre especiação no reino fúngico e proteção contra acasalamentos incorretos.
Riscos para a saúde causados por Aspergillus fumigatus
Aspergillus fumigatus não é apenas uma parte importante do meio ambiente, mas também um sério patógeno transmitido pelo ar. Este fungo pode causar infecções graves e invasivas, especialmente em pacientes imunocomprometidos, com uma taxa de mortalidade surpreendentemente elevada. De acordo com relatórios de microbiologia clínica, isto pode resultar numa taxa de mortalidade de até 100% em pacientes gravemente afetados. Pesquisa em saúde pública salienta que ocorrem anualmente cerca de 16 milhões de casos de infecções pulmonares causadas por A. fumigatus, resultando em centenas de milhares de mortes.
Um problema central no tratamento da aspergilose é a crescente resistência aos fungicidas comuns, especialmente aos triazóis. Mutações específicas no gene CYP51A são a principal causa de resistência. Os últimos resultados da investigação mostram que também ocorrem isolados resistentes com CYP51A de tipo selvagem, o que torna o diagnóstico e a terapia mais difíceis. Dados estes desafios, são urgentemente necessárias novas abordagens para tratar isolados resistentes aos azóis. A comunidade científica está a trabalhar arduamente para desenvolver estratégias eficazes para controlar a propagação da resistência e melhorar os resultados do tratamento.
Perspectivas para pesquisas futuras
Os novos insights sobre o fator a dos feromônios e os mecanismos de reprodução sexual em A. fumigatus oferecem abordagens potencialmente inovadoras para pesquisas futuras. Compreender como esse fungo se reproduz sexualmente pode ser fundamental para controlar melhor os fatores de risco que levam ao surgimento de novas cepas patogênicas. Avanços na engenharia genética e novos modelos animais poderiam ajudar a explorar ainda mais os mecanismos de resistência e respostas imunológicas ao A. fumigatus. A investigação contínua em micologia é essencial para enfrentar eficazmente os desafios das infecções fúngicas invasivas, amplificadas pela pandemia de COVID-19.