Populismo de direita em ascensão: por que o centro está vacilando
No dia 9 de março de 2025, um estudo analisará a influência das posições populistas de direita nas eleições na Alemanha e na Europa.

Populismo de direita em ascensão: por que o centro está vacilando
Em 9 de março de 2025, o cenário político na Alemanha e na Europa mudou ainda mais. Um novo estudo da Universidade de Mannheim lança luz sobre a evolução desde o final da década de 1970. Mostra que a tentativa dos políticos centristas de se aproximarem das posições populistas de direita muitas vezes não traz os ganhos esperados dos eleitores. Em vez disso, os eleitores tendem a permanecer leais aos “originais”, como a AfD. Ao adoptarem uma retórica populista de direita, os partidos conservadores correm o risco de perder eleitores para a AfD, o que é uma tendência preocupante.
Em particular, a discussão de longa data sobre a migração fez com que políticos como Olaf Scholz e Friedrich Merz avançassem mais para posições de direita. Merz acreditava que poderia reconquistar eleitores da AfD, mas a sua táctica falhou, o que colocou ele e partes da CDU sob pressão. Angela Merkel expressou preocupação com o facto de a estratégia de longo prazo de Merz ser insustentável.
O populismo de direita no contexto europeu
A tendência para a normalização dos partidos populistas de direita desde a década de 1980 não é apenas um fenómeno alemão. Desenvolvimentos semelhantes podem ser observados noutros países europeus. Na Áustria, o FPÖ sob a liderança de Herbert Kickl obteve 28,85% dos votos nas eleições para o Conselho Nacional de 2024 e é agora a força mais forte. Também na Alemanha, a AfD obteve até 30% dos votos nas eleições locais e nacionais em 2014, especialmente nos estados federais da Saxónia e da Turíngia. As previsões sugerem que poderá atingir potencialmente 20% nas eleições federais de 2025.
Estes desenvolvimentos são consistentes com uma análise mais ampla na Europa, onde os partidos de direita ganharam influência em muitos países. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e a sua aliança conservadora têm uma presença poderosa na arena política, enquanto Marine Le Pen continua a dominar o debate sobre a migração em França. A ascensão de partidos populistas de direita é frequentemente caracterizada por ressentimentos antidemocráticos e racistas e explora situações de crise como a pandemia corona e a guerra na Ucrânia.
Impacto social e resistência
A Fundação Hans Böckler salienta que as atitudes antidemocráticas não se encontram apenas nas periferias da sociedade, mas também estão generalizadas no centro. A insatisfação com as condições sociais, exacerbada pela crise da Corona, desempenha um papel decisivo na suscetibilidade às ideologias populistas de direita. 61% dos eleitores da AfD concordam com os mitos da conspiração sobre a pandemia e mostram paralelos com tendências semelhantes no contexto da guerra na Ucrânia.
Contudo, a sociedade civil activa tem potencial para contrariar a tendência de direita. Após as votações, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra os direitos de normalização. Um forte compromisso por parte dos sindicatos também poderia ser útil para reduzir as atitudes antidemocráticas na sociedade.
Em resumo, pode dizer-se que a normalização do populismo de direita na Alemanha e na Europa revela distorções sociais mais profundas. As instituições políticas enfrentam o desafio de reconquistar a confiança da população, ao mesmo tempo que o discurso sobre a migração, a desigualdade social e a crise dos valores democráticos é mais urgente do que nunca. Mais do que nunca, é importante compreender as causas da ascensão dos partidos populistas de direita e desenvolver contra-estratégias eficazes.
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