A Europa está a planear mudanças drásticas: detenção até deportação por até 24 meses!
A Universidade de Göttingen está a avaliar a nova directiva de regresso da UE e as suas consequências para os migrantes e para a política de deportação.

A Europa está a planear mudanças drásticas: detenção até deportação por até 24 meses!
Em 16 de abril de 2025, a Comissão Europeia apresentou um novo projeto de diretiva de regresso que se baseia estreitamente na política de regresso alemã. Esta iniciativa visa acelerar a deportação de requerentes de asilo rejeitados e criar uma solução uniforme para todos os Estados-Membros da UE. O projecto poderá significar que a detenção enquanto se aguarda a deportação será alargada do actual máximo de 12 meses para até 24 meses, o que já suscitou críticas consideráveis.
Cientista do Universidade de Gotinga publicaram uma verificação de factos sobre este tema, que mostra que as políticas de regresso existentes são classificadas como ineficientes. A professora Sabine Hess, que lidera o projeto, argumenta que os direitos de residência de longo prazo para os migrantes seriam muito mais eficazes. Ela sublinha que tais direitos poderiam não só reduzir o stress, mas também reduzir a despesa de recursos nas autoridades.
Pré-história e desenvolvimentos políticos
A discussão sobre uma nova directiva sobre o regresso não é nova. No ano passado, os regressos não foram abordados no Pacote de Asilo e Migração (SECA) devido à falta de consenso entre os Estados-Membros. Com a nova maioria, a Comissão tenta agora dar outro impulso. O regulamento planeado destina-se a garantir que os requerentes de asilo rejeitados de um Estado da UE sejam reconhecidos noutros, o que facilita as deportações. Um exemplo disto é se um requerente de asilo rejeitado da Áustria viajar para a Alemanha - neste caso, a Alemanha assumiria a repatriação e receberia uma compensação financeira da Áustria.
Na prática, contudo, isto também poderia levar a um aumento significativo na detenção de refugiados, uma vez que podem ser ordenadas até 24 meses de prisão. Em 2024, mais de 40.000 pessoas na Alemanha já estavam registadas como tendo de deixar o país. No mesmo ano, o número de deportações aumentou 22% em relação ao ano anterior, enquanto o número de pedidos de asilo caiu um terço.
Críticas e preocupações
Os críticos temem que a expansão da detenção de imigrantes possa levar a uma crise humanitária. Estão também a ser discutidos planos para a criação de “centros de regresso” em países terceiros. Estes centros de regresso poderiam servir para dissuadir os migrantes de entrar na UE. Países como a Hungria e a Itália já solicitaram centros de regresso em países terceiros, mas muitos especialistas estão cépticos quanto à viabilidade prática destes modelos.
O chamado modelo da Albânia, que poderia permitir que estrangeiros procurassem asilo em países terceiros, também é citado como exemplo. Contudo, de acordo com o novo regulamento, apenas os requerentes de asilo rejeitados podem ser levados para estes centros de regresso. Existe também o desafio de alguns países de origem serem considerados inseguros, o que torna a deportação problemática.
Para informações mais detalhadas e resultados de pesquisas adicionais, consulte Universidade de Gotinga para o site deles. Dadas as mudanças profundas na Diretiva Regresso da UE, resta saber como os planos podem realmente ser implementados e que impacto terão nas pessoas afetadas.