Revolução no sistema auditivo: pesquisadores de Göttingen desenvolvem implantes leves!
A Universidade de Göttingen está pesquisando implantes cocleares optogenéticos que serão testados em ensaios clínicos em 2026.

Revolução no sistema auditivo: pesquisadores de Göttingen desenvolvem implantes leves!
O Cluster de Excelência “Multiscale Bioimaging” de Göttingen (MBExC) e o Centro Else Kröner Fresenius de Terapias Optogenéticas (EKFZ OT) especializaram-se no desenvolvimento de uma prótese auditiva inovadora. Seu objetivo é dar às pessoas surdas e com deficiência auditiva acesso ao prazer auditivo natural por meio de um novo método conhecido como “ouvir com luz”. Os implantes cocleares atuais (eCIs), em particular, muitas vezes têm o problema de fazer com que o som seja percebido como artificial e distorcido. Isto é particularmente verdadeiro para as vozes, enquanto a percepção da música é muitas vezes percebida como estranha. Estamos, portanto, a trabalhar numa combinação de terapia genética e tecnologia médica que promete melhorar significativamente a experiência sonora.
A pesquisa atual usa a optogenética para tornar as células nervosas da cóclea sensíveis à luz. Os sinais de luz enviados por um implante coclear óptico (oCI) têm como objetivo estimular essas células nervosas e produzir um som mais refinado e natural em comparação com a estimulação elétrica usada nos eiCIs convencionais. O projeto recebe mais de um milhão de euros do projeto “SPRUNG” do estado da Baixa Saxónia e da Fundação Volkswagen e conta com o apoio da MBExC para fazer a transição da investigação básica para a aplicação clínica. O objetivo de longo prazo deste desenvolvimento é devolver o mundo dos sons finos, das vozes claras e das experiências musicais complexas aos deficientes auditivos.
Os desafios dos implantes cocleares convencionais
Segundo a OMS, cerca de 430 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de perda auditiva. Este número poderá aumentar para quase 700 milhões até 2050, à medida que a necessidade de reabilitação auditiva aumentar. Os implantes cocleares destinam-se a converter sinais auditivos em impulsos neuronais, a fim de contornar a codificação sonora perturbada na cóclea. Os implantes otonais, que existem desde a década de 1970, já são utilizados por mais de 700 mil pacientes com deficiência auditiva. Apesar de sua capacidade de compreender a fala em ambientes silenciosos, os usuários muitas vezes enfrentam ruídos de fundo e emoções em suas vozes.
A maioria desses implantes utiliza estimulação elétrica que resulta em uma grande propagação lateral, o que significa que muitas vezes muitos neurônios são estimulados ao mesmo tempo, limitando a discriminação de frequência e volume. O número de canais independentes nestes implantes é normalmente inferior a dez, comprometendo ainda mais a qualidade da codificação do som.
A optogenética como tecnologia chave
A equipe em torno do Prof. Tobias Moser identificou a optogenética como uma tecnologia chave. Esta tecnologia inovadora permite introduzir proteínas sensíveis à luz, as chamadas canalrodopsinas, nas células nervosas. A viabilidade desse método já foi demonstrada em testes em modelos animais. Agora, um maior desenvolvimento para os humanos é iminente. Um CI óptico planejado de 64 canais deve ser capaz de tornar a fala compreensível mesmo em ambientes barulhentos e reproduzir melodias com clareza. Um primeiro ensaio clínico pode começar em 2026, mas será necessária uma investigação significativa antes disso.
Além disso, a pesquisa sobre implantes cocleares micro-LED inovadores está avançando para permitir a estimulação óptica no ouvido interno. O objetivo é desenvolver implantes cocleares com até 100 fontes de luz adequadas para uso humano. Estudos funcionais devem examinar a codificação sonora com implantes ópticos em comparação com a audição natural.