Independência judicial: proteção ou influência rasteira?
Evento na FernUniversität Leipzig sobre independência judicial com painel de especialistas em 15 de maio de 2025.

Independência judicial: proteção ou influência rasteira?
No dia 15 de maio de 2025, ocorreu um importante evento na FernUniversität Leipzig que tratou do tema da independência judicial. Este evento foi o início da nova série “Campus Talks: Understanding Law, Shaping Society” e foi organizado pelo Instituto Polaco, o FORUM RECHT e.V. associação de apoio e Campus Leipzig. Além do conteúdo informativo, o evento teve como objetivo enfatizar a importância da independência judicial como pedra angular de um Estado constitucional funcional, como relata [fernuni-hagen.de].
Naquela noite, entre outros, Birgit Munz, ex-presidente do Tribunal Constitucional Saxão, fez um discurso introdutório. Ao seu lado estava a Dra. Ryszarda Formuszewicz, advogada e chefe do escritório de Berlim do Instituto Polonês de Assuntos Internacionais (PISM). Como parte do painel de discussão, moderado por Stephanie Beyrich, porta-voz da Ordem dos Advogados Federal, discutiram especialistas como Thomas Guddat, juiz do tribunal do trabalho e presidente da Associação Alemã-Polaca de Juízes.
Papel da independência judicial
A independência judicial protege os juízes de influências externas e é de natureza factual e pessoal. De acordo com o artigo 97.º da Lei Básica, os juízes são independentes e estão sujeitos apenas à lei. Eles agem sem instruções e estão autorizados a interpretar eles próprios as leis em caso de litígio específico. A independência pessoal, por outro lado, garante que os juízes só possam ser destituídos por determinados motivos legais e através de decisões judiciais antes do final do seu mandato, explica [bmj.de].
Estes quadros jurídicos são cruciais para proteger os juízes da pressão política ou pública nos seus julgamentos. A importância da independência judicial não só foi destacada na discussão, mas também é evidente em vários casos atuais que são de grande interesse para o público.
Atenção da mídia para um caso de hidrômetro
Um desses casos é o de um hidrômetro com defeito, que causou grande agitação na Alemanha. O hidrômetro de um prédio de escritórios apresentou um consumo extremo de mais de 15.300.000 litros de água em menos de um ano. Isto durou mais de 301 dias e correspondeu a um consumo diário que correspondeu a mais de 339 banheiras cheias por dia, conforme noticiou [juraforum.de]. Apesar do relatório obviamente incorreto, o tribunal regional de Wuppertal decidiu contra o cidadão, que teve então de pagar mais de 140.000 euros em custas.
O Tribunal Regional Superior de Düsseldorf rejeitou o recurso do cidadão sem audiência. No relatório da Câmara de Comércio e Indústria constatou-se que o consumo indicado era “prática e teoricamente impossível”. Apesar destas provas, os juízes ignoraram os factos reais e limitaram-se a uma apreciação puramente formal do caso. Estes acontecimentos levantam questões sobre a manutenção da independência judicial e fazem parte do debate público sobre o poder judicial na Alemanha.
Outlook e rede
O evento terminou com uma conclusão informal que ofereceu aos participantes a oportunidade de interagirem entre si e aprofundarem o conteúdo temático da discussão. Osman Isfen, Vice-Reitor da FernUniversität, enfatizou a importância da transferência de conhecimento neste contexto. As Campus Talks também continuarão no outono, com foco em temas jurídicos socialmente relevantes.
A rede mútua entre cidadãos, profissionais judiciais e estudantes foi considerada essencial para fazer avançar a discussão sobre a independência judicial e a sua importância no sistema jurídico alemão.