Paz e Justiça: Do Genocídio à Reconciliação em Ruanda!

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Em 25 de junho de 2025 às 19h15. Julia Viebach apresentará uma palestra na UNI Lübeck sobre a justiça de Gacaca em Ruanda. Entrada gratuita.

Am 25. Juni 2025 um 19:15 Uhr präsentiert Julia Viebach einen Vortrag an der UNI Lübeck zur Gacaca-Justiz in Ruanda. Eintritt frei.
Em 25 de junho de 2025 às 19h15. Julia Viebach apresentará uma palestra na UNI Lübeck sobre a justiça de Gacaca em Ruanda. Entrada gratuita.

Paz e Justiça: Do Genocídio à Reconciliação em Ruanda!

Palestra de Julia Viebach acontecerá no dia 25 de junho de 2025, às 19h15. na sala de aula do IMGWF/ZKFL em Lübeck. O tema do evento é: “Julgando o Passado: Um Exame Pós-colonial dos Tribunais Locais de Gacaca em Ruanda”. O evento faz parte do Studium Generale “Paz na Teoria? Perspectivas da Filosofia e da Ciência” e ilumina as condições e estruturas da paz no presente. O evento é organizado pela Profa. Christina Schües, Prof. Cornelius Borck, Prof. A entrada é gratuita e não é necessária inscrição.

No contexto da palestra, desenrola-se a complexa história do Ruanda, em particular o papel dos tribunais de Gacaca, que foram criados em resposta aos capítulos sombrios do passado. Estes tribunais surgiram após o genocídio de 1994, no qual morreram quase um milhão de pessoas, na sua maioria tutsis. Mais de 130.000 prisioneiros estavam detidos em prisões sobrelotadas na altura, realçando a necessidade de uma abordagem judicial alternativa. A justiça Gacaca, derivada da palavra Kinyarwanda para “gramado” ou “prado”, pretendia ajudar a restaurar a paz social e promover a confiança da comunidade.

Os Tribunais Gacaca: Um Mecanismo de Reconciliação

Os tribunais de Gacaca foram estabelecidos em todo o Ruanda a partir de 2002 e compostos por juízes leigos, muitos dos quais eram hutus. O seu objectivo era garantir a acusação de todos os suspeitos de genocídio e ajudar a sociedade a recuperar dos crimes do passado. Nos tribunais de Gacaca realizados nas comunidades locais, os perpetradores tiveram a oportunidade de se incriminarem. As penas variaram e variaram de serviço comunitário a 30 anos de prisão.

Dos quase dois milhões de réus, cerca de 65% foram condenados. Contudo, os críticos, incluindo organizações de direitos humanos, expressaram preocupações sobre o cumprimento das normas jurídicas internacionais. As condenações injustas e a protecção inadequada das testemunhas foram identificadas como deficiências graves dos tribunais de Gacaca. Gerd Hankel, especialista nesta área, destaca as dificuldades causadas pela longa duração dos processos e pelos casos complexos que dificultaram uma reconciliação abrangente.

O papel do gênero e da sociedade

O que é particularmente notável é que 40 por cento dos juízes do Gacaca eram mulheres. O seu envolvimento nos processos demonstra o potencial de justiça inclusiva necessária para reforçar a coerência social. Phil Clark atesta que os tribunais de Gacaca deram às pessoas a oportunidade de partilhar as suas histórias e assim contribuíram para o debate político. No entanto, a questão do impacto futuro da justiça de Gacaca na sociedade ruandesa permanece em aberto.

A discussão científica destes temas é apoiada por projetos de investigação como o da Universidade de Erfurt. Este projecto visa examinar as hierarquias pós-coloniais na dinâmica actual dos conflitos e iluminar as implicações para a transformação sustentável dos conflitos no futuro. A integração de perspectivas históricas e pós-coloniais na investigação sobre paz e conflitos é de importância central. Uma abordagem interdisciplinar que inclua a sociologia, os estudos culturais e literários, bem como a história, deverá ajudar a encontrar novas formas de lidar com os conflitos.

Em resumo, o evento de Julia Viebach como parte do Studium Generale ajudará a colocar em foco os aspectos complexos da justiça de Gacaca e proporcionará espaço para discussões sobre os desafios e oportunidades da paz e da reconciliação num mundo pós-colonial.